Vivemos num mundo “customizável”: o consumidor de hoje procura a individualidade. Foge do padrão e é atraído por marcas/empresas que, forjam novos modelos de negócios em torno da personalização do consumo: desde a playlist que escolhemos no iTunes, ao molho na sandes da Subway, ao lote de café da Starbucks ou mesmo do my Delta Q.
As novas rotinas de consumo incorporam não só o gosto pessoal mas, acima de tudo, uma maior liberdade sobre as opções que mais se adaptam às necessidades de cada um.
- Será o fim da produção em massa?
- Qual o papel da Indústria 4.0 na resposta aos nossos desafios de consumo e produção?
- Será que a quarta revolução industrial criará o paradigma da “mass customization”?
Desde 2012 que o tema da Indústria 4.0 trouxe para a discussão a introdução de novas tecnologias na produção industrial, nomeadamente Sistemas ciber-físicos, IoT (Internet das Coisas) e Cloud computing.
Exemplos de personalização de produto
Os exemplos são variados, como na indústria automóvel, ou mesmo a das bicicletas, onde já é possível adaptar individualmente cada produto às necessidades específicas de cada cliente. Não se trata de diferenciação para segmentos de topo ou nichos, mas um pilar na relação com o cliente para marcas como a Fiat (ver exemplo do modelo 500) ou a Mini.
Esta “customização em massa” permite também obter vantagens de processo: os clientes pagam o produto antes de ser iniciada a produção, eliminando-se assim o risco de stocks elevados. Este fator pode ser determinante para empresas que operam em sectores influenciados por tendências, como a moda/têxtil, onde a procura é difícil de prever. No entanto ainda escasseiam os exemplos neste setor, onde Portugal tem pergaminhos e que pode usar como forma de diferenciação e de captura de (ainda) maior valor.
Podemos olhar para o gigante da indústria de desporto (e do marketing) Nike, onde a personalização de diversos artigos foi encapsulada no conceito Nike id, com o princípio de “tela branca”, sobre a qual o consumidor pode personalizar diferentes produtos, desde sapatilhas a mochilas.
Outras abordagens são possíveis e um exemplo fantástico é a Shooz. Foi criada por um designer italiano, que através de uma campanha na plataforma de crowdfunding KickStarter, lançou um novo conceito de sapato modular. A Shooz é reveladora do impacto do empreendedorismo e de um novo olhar sobre a produção, numa indústria tradicional como a do calçado.
O desafio está lançado:
- Como surpreender os seus clientes e tornar os seus produtos mais individuais?
As Tecnologias de Informação são críticas na operacionalização deste novo paradigma e a interoperabilidade de sistemas será chave.
Publicação escrita por Jorge Pimenta,
Gestor de Projetos no Instituto Pedro Nunes
Excelentes exemplos. Gostei da inclusão de casos portugueses!