A Indústria 4.0 já é um termo familiar dos engenheiros industriais. Esta revolução, caracterizada pela PwC como “a quarta revolução industrial, focada na digitalização, na integração de sistemas, aplicada à indústria tradicional, com os vários parceiros da cadeia de valor” está a transformar a realidade das empresas industriais.
De modo a perceber as tendências e o grau de preparação das empresas industriais a nível global e em Portugal, a PwC elaborou o estudo “2016 Global Industry 4.0”.
A digitalização das empresas portuguesas
(1) Níveis de Digitalização
1 – Em Portugal, 86% das empresas esperam alcançar elevados níveis de digitalização até 2020, incluindo as cadeias de valor horizontal e vertical. No resto do mundo, 72% das empresas têm estas expectativas.
2 – Mais de metade das empresas pioneiras, que já contam com níveis de investimento significativo e com níveis de digitalização avançados, atingem ganhos mais significativos na performance, com aumentos de receita e redução de custos superiores a 20%, até 2020.
3 – O digital representa uma oportunidade para as empresas portuguesas. 8 em cada 10 empresas planeiam introduzir pelo menos um dos produtos ou serviços digitais. Além disto, 57% das empresas industriais portuguesas esperam um aumento médio da sua receita através do digital até 10%, 55% têm como expectativa uma redução de custos acima dos 10% e cerca de 70% esperam obter ganhos de eficiência acima dos 10%.
(2) Desafios e Oportunidades da Indústria 4.0
4 – A Indústria 4.0 veio aumentar significativamente as oportunidades de reter e aumentar a relação com os clientes, tornando a disputa por estes ainda mais intensa. Entre os métodos utilizados pelas empresas industriais para esta aproximação, encontram-se a personalização de produtos, a inovação no serviço ao cliente, o marketing personalizado em canais de acesso, a análise de dados para satisfazer as necessidades dos clientes e melhorar a performance operacional ou a elaboração de cadeias de valor com foco nos clientes.
5 – Os maiores desafios ao desenvolvimento de operações digitais identificados pelas empresas portuguesas foram a falta de cultura digital e formação (58%), o benefícios económico indefinido em investimentos digitais (38%), a falta de capacidade de colaboração dos parceiros de negócio (33%) e as questões não resolvidas relativas à segurança e à privacidade dos dados (29%).
(3) Segurança e maturidade tecnológica
6 – Relativamente à segurança de dados, as maiores preocupações das empresas portuguesas são a extração não autorizada de dados ou alterações de dados dentro dos fluxos internos da empresa (61%), os riscos inerentes à responsabilização pela perda de dados (59%), as interrupções operacionais devido a quebras ou falhas de cibersegurança (hacking) (43%) e o desvio de dados durante a troca de informações com os parceiros (43%).
7 – Mais de metade das empresas portuguesas considera ter um nível de maturidade médio no que respeita às suas competências de análise de dados, no entanto, apenas 24% das empresas possui um departamento para análise e processamento de dados.
8 – No curto-prazo, as economias desenvolvidas podem destacar-se na Indústria 4.0, embora sejam as economias emergentes a apresentar maior potencial de ganhos com a digitalização.
9 – A maioria das empresas portuguesas (60%) prevê um período de retorno do investimento digital até 2 anos.